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Governo e Justiça dos Estados Unidos operam para quebrar o monopólio do Google

O X — ex-Twitter — saiu mesmo do Brasil? Não. O que saiu foi o escritório do empreendimento de Elon Musk que cuidava do X no país.

Assim como os donos de outras big techs, Elon Musk não quer cumprir as leis locais. Ainda que tenha de cumpri-las nos Estados Unidos. Na China, se o bilionário fizer uma ameaça mínima, o governo comunista tira o X de circulação.

As big techs precisam se enquadrar, pois não estão acima das leis. Se a Justiça decidiu, errado ou certo, que determinada postagem viola as leis e agride cidadãos, pode se questioná-la, apresentando uma posição contrária, mas, definida a sentença, é preciso cumpri-la. Discordando, que se apresente um recurso.

A Justiça dos Estados Unidos é firme e cumpre as leis contra o monopólio, enfrentando, de maneira resoluta, os conglomerados. Em geral, conta com o apoio do Departamento de Justiça do país, que é igualmente rigoroso contra a cartelização.

Há uma tese no país de Kamala Harris e Donald Trump de que a diversificação — contra o monopólio — contribui para fortalecer a economia e, por isso, beneficia a sociedade. No passado, a Justiça e o governo enfrentaram o poderio da Microsoft. Agora, chegou o momento do enfrentamento com o Google, da Alphabet.

O juiz americano Amit P. Mehta decidiu, neste mês, que o Google deve ser caracterizado como uma empresa monopolista na área de buscas online. Se você estiver lendo este texto, faço-lhe uma proposta: pesquise sobre o romance “Homem Invisível”, de Ralph Elisson — o mais importante escritor negro dos Estados Unidos, ao lado de Toni Morrison. Onde começar a apuração? Eu, como provavelmente você, começaria por uma zapeada no Google, talvez na Wikipédia. Mas e o Bing, da Microsoft? Raramente alguém o consulta, embora, com o uso de inteligência artificial, esteja funcionando muito bem, às vezes até melhor do que o Google.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, por sua vez, vai recomendar a divisão do Google em companhias menores e produtos diferentes. Noutras palavras, o governo americano planeja acabar com o monopólio do Google — que tem o amparo dos melhores escritórios de advocacia do país, como tinha a Microsoft.

Já em 2020, o Google vinha sendo acusado de monopólio pelo Departamento de Justiça americano. O governo acusou a big tech de assinar contratos bilionários com fabricantes de celulares — Apple e Samsung — e empresas de navegadores (Mozilla) com o objetivo de fazer do Google o buscador padrão tanto de produtos quanto de serviços.

Ao comprar um smartfone, tanto da Apple quanto da Samsung — que são fortes no mercado global — o sistema de busca já está definido. É o Google. De cara, o Bing e o DuckDuckGo (quem conhece?) são descartados.

O resultado é que 90% das buscas na internet são feitas pelo Google. O usuário é compelido a usar este sistema de procura, e não necessariamente por que é o melhor, mais rápido e preciso.

De acordo com reportagem do “Estadão”, assinada por Guilherme Guerra, saídas têm sido apresentadas para quebrar o monopólio do Google. “Vender  o sistema operacional para celulares Android, utilizado em 2,5 bilhões de dispositivos no mundo, é uma das opções cogitadas pelos advogados do Departamento de Justiça americano. Comprado pelo Google em 2005 por 50 milhões de dólares, esse sistema é utilizado em celulares da Samsung, Motorola e outros fabricantes.”

O processo que corre na Justiça americana enfatiza que os fabricantes de celulares — no caso, Samsung e Motorola — “assinam acordos” pelos quais “devem integrar seus celulares a aplicativos como Gmail e Google Play Store (loja de apps) e ao buscador do Google, sem permissão de serem deletados pelos usuários”, assinala o “Estadão”. Isto caracteriza monopólio, pois não se abre espaço semelhante a outros aplicativos e sistemas de procura.

Há uma segunda solução, que é, postula “O Estado de S. Paulo”, “forçar a venda do AdWords (antigo Google Ads), serviço do Google para marcas criarem anúncios. Esses anúncios veiculados aparecem no topo das buscas da página, e a receita gerada desse mercado contabiliza cerca de dois terços de todo o caixa registrado pelo Google em 2020, de mais de 100 milhões de dólares, segundo o processo”.

A cúpula da Alphabet afirma que vai recorrer da decisão que decidiu que o Google é monopolista.

O Google já vale 2 trilhões de reais. A Alphabet é uma das maiores potências globais, ao lado dos negócios de Mark Zuckerberg, de Elon Musk e da Apple.

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