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Queimadas em São Paulo batem recorde histórico; autoridades nacionais e estaduais coordenam esforços para combate

O cenário de emergência climática que começou a atingir Goiânia mais severamente na manhã deste domingo, 25, já estava sendo vivenciado em outras partes do país, como no interior paulista. O estado de alerta foi acionado devido às queimadas que afetam grande parte do Sudeste e do Centro-Oeste brasileiro. 

Até este sábado, 24 de agosto, o estado de São Paulo registrou 5.278 focos de incêndio neste ano, o maior número desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Quase metade desses registros (49%) ocorreu nas últimas 24 horas, com 2.621 focos contabilizados entre sexta-feira, 23, e a noite de sábado, 24. Esse número é mais de sete vezes superior ao total de registros de todo o mês de agosto do ano passado, que foi de 352.

Casas foram evacuadas, rodovias bloqueadas, centenas de milhares de pessoas expostas à condições climáticas extremas, aeroportos sem operação, grupos impossibilitados de se locomover livremente e picos no fornecimento de energia elétrica e água. Atualmente, 45 cidades estão em estado de alerta máximo, o que deve durar por 180 dias. 

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Mais 305 focos de incêndio foram registrados em São Paulo pelo Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com destaque para as localidades de Cajuru, Altinópolis, Olímpia e Serra Azul, neste sábado, 24. Uma força tarefa do governo estadual com apoio das Forças Armadas foi montada em Ribeirão Preto (SP), considerada um ponto crítico.  

“Além do nosso efetivo operacional, dobramos nossa capacidade de atendimento operacional, mesmo assim a perspectiva é muito crítica”, afirmou, ao G1, Fernando Roberto, capitão do Corpo de Bombeiros que responde por 23 cidades da região.

Apesar dos esforços coordenados, o fogo continua a avançar em mata nativa e em plantações. As condições climáticas típicas do mês de agosto no interior do Brasil favorecem o crescimento das chamas, com tempo seco, quente e ventos fortes. 

Consequências imediatas

Em Ribeirão Preto, foram 14 focos de incêndio ativos na noite de sábado, 24.  

O incêndio se aproximou de residências, causando pânico entre os moradores de um condomínio no bairro Alphaville, em Ribeirão Preto. Na zona sul da cidade, as chamas atingiram parte da Mata de Santa Teresa, um importante ponto de preservação local. No bairro Cristo Redentor, na zona norte, o fogo se espalhou por um sítio e um canavial, gerando medo na população.

A Rodovia Maurilio Biagi (SPA 343/322), entre Pontal (SP) e Sertãozinho (SP), foi novamente interditada em ambos os sentidos, forçando os passageiros de ônibus a descer e aguardar para continuar a viagem. Situações semelhantes ocorreram na Rodovia Carlos Tonani (SP-333), entre Sertãozinho (SP) e Barrinha (SP), e na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), em Brodowski (SP).

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) estabeleceu um gabinete de crise para coordenar as ações de monitoramento e controle da situação.

Neste sábado, 24, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo federal está disposto a apoiar São Paulo na mitigação dos impactos nos municípios que estão em alerta máximo devido aos incêndios que devastam o Estado. O chefe da pasta também prestou solidariedade às famílias dos dois brigadistas de uma usina que morreram tentando controlar as chamas em Urupês. 

Segundo compartilhou o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o Governo Federal enviou aviões das Forças Armadas para auxiliar no combate às chamas. Quatro aeronaves do Exército e da Aeronáutica serão empregadas no combate aos focos de incêndio e na vigilância das áreas afetadas para identificar possíveis novos pontos de expansão do fogo, conforme informou o Góes.

Entre os principais municípios que estão em alerta máximo para incêndios estão: Alumínio, Araraquara, Bernardino de Campos, Boa Esperança do Sul, Dourado, Iacanga, Itápolis, Itirapina, Jaú, Lucélia, Monte Alegre do Sul, Monte Azul Paulista, Nova Granada, Piracicaba, Pirapora do Bom Jesus, Pitangueiras, Poloni, Pompeia, Pontal, Presidente Epitácio, Sabino, Salmourão, Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio do Aracanguá, São Bernardo do Campo, São Simão, Sertãozinho, Taquarituba, Torrinha e Ubarana.

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