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Criminosos se passam por delegados e usam vídeos adulterados para extorquir padre de Goiás

A Polícia Civil de Goiás investiga um grupo suspeito de tentar extorquir um padre, de 54 anos, de Piracanjuba, região Sul de Goiás. De acordo com a polícia, as tentativas foram feitas por meio do WhatsApp e os criminosos utilizariam vídeos adulterados da vítima para extorquir valores.

Os suspeitos chegaram a se passar por delegados do Rio Grande do Sul e Pará, cobrando R$ 3 mil para que os vídeos falsos, onde o padre supostamente aparece comprando e usando drogas, não fossem divulgados. A vítima, Milton Justus exerce as funções de padre na Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia e vice-presidente e relações públicas da Igreja no Brasil e América Latina.

“Sobre esses vídeos, tenho mais o senhor comprando droga e falando o que não devia”, diz uma mensagem recebida na quinta-feira, 29, de um número no WhatsApp, usando nome e foto de um dos delegados, indevidamente. “Estou te chamando pra [sic] nós conversarmos sobre os 11 vídeos que tenho seu sr Milton”, afirma nova mensagem enviada de outro número. As ameaças também são dirigidas à esposa dele.

Em outros trechos, os criminosos ameaçam vender os vídeos na internet, aumentando as ameaças contra o padre. De acordo com o relato, apesar das constantes investidas, os bandidos não enviaram nenhum vídeo que vinculasse o padre à compra ou consumo de drogas.

Em sua queixa à Polícia Civil, Milton afirma que passou a sofrer ainda mais ameaças quando apareceu como candidato a vice-prefeito de Piracanjuba neste ano. A polícia investiga se os criminosos usaram a imagem e a voz do padre adulteradas a partir de gravações sem consentimento durante viagem à Santa Catarina.

O padre narra que, durante a viagem em 2022, conheceu dois jovens em uma praça próxima ao hotel onde estava hospedado. Em seguida, consumiu bebida alcóolica com a dupla que, após certo tempo, se ofereceu para acompanhá-lo até o hotel. No trajeto, o padre estaria conversando com a dupla, sem perceber que estava sendo gravado.

O religioso explica que recebeu a primeira mensagem com ameaças assim que retornou à Piracanjuba. Os criminosos pediram R$ 3 mil para não divulgar vídeos falsos do padre. Ele afirma que não fez transferências por saber que o conteúdo era adulterado.

De acordo com o ex-delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Alexandre Pinto Lourenço, a vítima pode ter sido alvo de uma rede criminosa com integrantes do estado e de Santa Catarina. Ele alerta que qualquer tipo de pessoa está suscetível a entrar na mira dos bandidos.

“Os bandidos têm usado a tecnologia para praticar crimes de extorsão e grave ameaça contra diversas pessoas. Muitas delas ainda se sentem intimidadas a denunciar com receio de partirem para o enfrentamento à criminalidade e, como consequência, sofrerem mais perseguição ou até mesmo invasão de sua vida privada, mas é preciso recorrer às autoridades para que as medidas cabíveis sejam tomadas em cada caso”, afirma Lourenço.

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