Alexandre de Morais foi ou não advogado do PCC?
Publicações em redes sociais que alegam que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi advogado do Primeiro Comando da Capital (PCC) são falsas. Checagem da agência Aos Fatos mostra que as afirmações de que Moraes teria defendido a facção criminosa em 124 processos judiciais não condizem com a realidade.
As peças de desinformação sugerem que Moraes prestou serviços advocatícios diretamente para o PCC, porém, o ministro atuou como representante da cooperativa de transportes Transcooper em processos civis e administrativos. Em 2014, alguns dos sócios da cooperativa foram investigados por possível envolvimento com o PCC, mas Moraes nunca advogou para esses sócios de forma individual. Em nota, o ministro esclareceu que sua atuação foi restrita à cooperativa e que nunca prestou serviços advocatícios a pessoas ligadas ao crime organizado.
Redes sociais
As falsas alegações ganharam grande repercussão nas redes sociais, acumulando milhares de compartilhamentos no Facebook e visualizações no Kwai. A origem do número 124, citado como quantidade de processos, vem de uma interpretação equivocada de uma reportagem de 2015 do jornal O Estado de S. Paulo, que mencionava a atuação de Moraes na defesa da Transcooper em 123 processos, sem qualquer ligação com o PCC.
Além das falsas alegações sobre a relação com o PCC, o vídeo também afirma, sem provas, que Moraes teria participado de crimes como o assassinato do filho do ex-governador Geraldo Alckmin e do ex-ministro do STF Teori Zavascki. As investigações sobre ambas as mortes apontam causas de acidentes aéreos e descartam qualquer envolvimento de Moraes. Também foi dito que o ministro teria hackeado o celular de Marcela Temer, ex-primeira-dama, mas essa acusação foi refutada pela justiça. Na verdade, o hacker responsável foi preso pela força-tarefa da Polícia Civil de São Paulo, à época comandada por Moraes.
Vale destacar que Moraes já venceu processos judiciais contra pessoas que o acusaram falsamente de advogar para o PCC. Um dos casos envolve o ex-deputado Roberto Jefferson, que foi condenado a pagar R$ 50 mil de indenização ao ministro
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