Escassez hídrica no rio Xingu impacta Usina de Belo Monte
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou nesta segunda-feira, 30, uma situação crítica de escassez hídrica no Rio Xingu e em seu afluente, o Rio Iriri, vigente até 30 de novembro. A crise afeta diretamente a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que responde por 11% da capacidade do sistema interligado nacional, sendo um dos maiores complexos energéticos do Brasil.
A bacia do Rio Xingu, que abrange os estados de Mato Grosso e Pará, é responsável pelo abastecimento público de 23 municípios, beneficiando mais de 560 mil habitantes. O cenário de seca ameaça tanto a geração de energia quanto a navegação, comprometendo importantes trechos do rio.
Ao longo de 2024, a ANA emitiu quatro alertas de situação crítica de escassez hídrica, todos com validade até 30 de novembro. Entre os principais rios impactados estão:
- Rio Paraguai
- Rio Madeira
- Rio Purus e seus afluentes
- Trecho baixo do Rio Tapajós
Esses afluentes do Rio Amazonas enfrentam uma crise sem precedentes, resultando na necessidade de medidas emergenciais. “No entanto, com a redução dos níveis, há uma redução da energia gerada, da capacidade de geração da usina associada também à redução das vazões naturais”, disse.
Em 20 de setembro, após autorização do Ibama, a ANA permitiu a redução da vazão mínima de Belo Monte, uma medida sugerida pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para preservar os recursos hídricos do reservatório.
“O cenário observado na Bacia do rio Xingu é de escassez hídrica relevante em comparação com períodos anteriores, com perspectiva de impactos aos usos da água, em especial para a geração hidrelétrica no complexo Belo monte e as estruturas de captação de usos consuntivos”, diz a área técnica.
A declaração de situação crítica permite à ANA estabelecer regras especiais para o uso da água, além de autorizar estados e empresas de saneamento a ajustarem tarifas, visando manter o abastecimento e garantir a operação dos reservatórios. A decisão também alerta as autoridades para a necessidade de adoção de medidas adicionais que possam mitigar os impactos da escassez hídrica.
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