Políticos passam a colocar em prática o que pregam sobre mudanças climáticas
Políticos do mundo todo passaram a “colocar em prática” o que pregam sobre as ações climáticas. Muitos líderes passaram a voar menos de avião e comer menos carne parar viver o combate ao aquecimento global.
Pesquisas apontam que pessoas estão mais dispostas a reduzir a própria pegada de carbono se verem líderes fazendo o mesmo. A descoberta foi feita por psicólogos do Reino Unido e mostra que muitas vezes as ações consideradas “verdes” podem ser descartadas como virtude.
O estudo descobriu que as pessoas estavam menos dispostas a mudar seu comportamento quando líderes não tomavam atitude ou se tornavam exemplos. Especialistas afirmam que encorajar e permitir a mudança de comportamento das pessoas é vital para lidar com o aquecimento global. Mas, nos dias atuais, poucos políticos lideram o exemplo.
Pesquisas estimam que 60% dos cortes de emissões ainda necessários envolverão mudanças de comportamento. Até o momento, os políticos se concentraram apenas nas mudanças sistêmicas também necessárias, como implementações de energia renovável e acordos internacionais.
Um outro estudo sugere que os políticos são relutantes em divulgar ações pessoais consideradas sustentáveis. Isso ocorre pois esses líderes tem receio de críticas e de serem rotulados como fanáticos ou hipócritas se outros aspectos de suas vidas permanecerem com alto teor de carbono.
A resposta para isso, segundo especialistas, é que esses políticos sejam consistentes em suas ações e reconheçam que algumas mudanças podem ser muito difíceis ou caras para todos fazerem, como usar transporte público, comprar um carro elétrico ou instalar uma bomba de calor.
“[Liderar pelo exemplo] é um elo perdido porque a mudança climática é abordada politicamente de forma tecnocrática, de cima para baixo: novas tecnologias, sistemas alterados de fornecimento de energia”, disse o Dr. Steve Westlake, da Cardiff University, ao The Guardian. “Essas soluções evitam impactos na vida diária das pessoas.”
“De agora em diante, o progresso realmente vai exigir que as pessoas mudem seu comportamento e, ainda assim, isso tem sido evitado pelos políticos. Não gostamos que nos digam o que fazer”, disse. “Mas tomar uma atitude pessoal pode preencher essa lacuna entre o indivíduo e o sistema. Se vemos líderes dizendo ‘aqui está o que estou fazendo’, isso traz isso de volta à vida cotidiana”.
Para ele, existia um impasse, com políticos relutantes em pedir às pessoas que mudassem seu comportamento e pessoas relutantes em mudar sem que os políticos mostrassem o caminho. “A urgência de suas palavras [sobre o clima] não parece ser correspondida pelos sinais que eles enviam por meio de seu comportamento. Acho que muitos líderes ainda estão enviando o sinal de que nenhuma resposta de emergência é necessária”.
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