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Serial Killer de Maceió frequentava igreja evangélica, idolatrava Bolsonaro e usou arma do pai PM nos crimes

Albino a caminho de matar uma de suas vítimas em Maceió

A Polícia Civil de Alagoas investiga uma série de homicídios cometidos por Albino Santos de Lima, de 42 anos, considerado o maior serial killer da história do estado.

Ex-segurança do Sistema Penal do Estado de Alagoas, Albino já confessou a autoria de oito assassinatos, e a polícia já confirma que 10 vítimas foram mortas pelo homem – sete mulheres e três homens. No entanto, as autoridades encontraram novos indícios que sugerem que o número de vítimas pode ser ainda maior, podendo chegar até 18, conforme as investigações avançam.

A polícia revelou que Albino escolhia suas vítimas com base em características físicas específicas, como mulheres jovens, morenas, geralmente de cabelo cacheado, além de ter matado também uma mulher trans.

Para cometer os crimes, Albino utilizava uma pistola .380 do seu pai, um policial militar aposentado. Todas as vítimas moravam na mesma região periférica de Maceió, nos bairros Vergel do Lago, Ponta Grossa e Levada. Elas foram mortas a tiros entre outubro de 2023 e agosto de 2024. Em depoimento, Albino Santos admitiu que monitorava as vítimas por meio das redes sociais.

Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra o momento da prisão do Serial Killer. Quando os agentes tentam arrombar a porta de Albino para efetuar a prisão, ele aparece na varanda e pede calma aos policiais, utilizando o seguinte argumento: “Eu sou evangélico”.

SOBREVIVENTES

Uma jovem de 24 anos, vizinha do serial killer, é uma das sobreviventes. Em 2021, ela foi incluída sem o seu consentimento em um grupo de pornografia no WhatsApp. Ao tentar saber quem a teria colocado no grupo, descobriu que o responsável foi Albino — que morava em uma casa na frente da sua.

O medo tomou conta de Ana, frequentava a mesma igreja evangélica que ele. Por essa relação religiosa, eles participavam de um mesmo grupo, onde Ana diz que ele pegou o seu contato.

Logo após reconhecer Albino, ela conta que teve falta de ar e ficou extremamente nervosa. Ana procurou então a polícia e denunciou o caso, o que levou Albino a ser intimado. No depoimento, ele alegou que o celular dele teria sido clonado — o que não foi confirmado.

Na polícia, ele foi alertado para manter distância da jovem e da igreja. Apesar dele não ter entrado em contato depois da denúncia, Ana passou a viver com receio.

Ana afirma que, após saber que Albino foi quem a colocou no grupo, ela começou a ligar os fatos. Naquele mesmo dia que foi inserida no primeiro grupo, ele mandou uma mensagem privada no seu WhatsApp, sobre um evento que ocorreria na igreja, e ela ignorou.

“Mostrei até aos meus pais, estava claro que era para puxar assunto porque a informação que ele queria tinha no cartaz do evento. Eu ignorei”, relata. Além disso, ela conta que ele chegou a fazer menções a ela no grupo de WhatsApp da igreja, mas, que não eram respondidas.

Ana conta que Albino mantinha três perfis no Instagram. Nesses perfis, Albino postava mensagens de ódio contra o PT e de apoio a Israel e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio a isso, rotineiramente também postava figuras com frases religiosas.

Ana diz acreditar que o que a salvou foi o fato de ter denunciado à polícia e de ter tornado o caso público entre pessoas próximas. “Minha mãe, com medo que acontecesse algo, contou para todos os vizinhos possíveis porque se algo acontecesse, saberiam que foi ele. E o fato de eu ter o bloqueado, também impediu dele me monitorar.”

“Eu sempre dizia que uma hora iam descobrir algo muito grave dele, porque era nítido. Ele sempre foi muito esquisito, impossível não ver que tinha algo de errado”.

Uma outra sobrevivente relatou ter sido alvejada por quatro tiros no dia 12 de junho de 2024. A vítima foi atingida por quatro disparos de arma de fogo, sendo dois na cabeça e dois nas costas. Em razão dos ferimentos, ela ficou internada em coma, por um mês, no Hospital Geral do Estado (HGE).

“Quando eu estava chegando perto da casa da minha avó, senti aquela pessoa correndo. Quando olhei, ele deu o primeiro tiro”, relatou a vítima. “O Albino tentou matá-la, inclusive conseguiu alvejar a vítima com quatro disparos, mas ela sobreviveu. Estamos aprofundando as investigações para coletar o máximo de indícios possíveis”, informou o delegado que preside o inquérito do caso, Gilson Rego Souza.

Selfie em lápides

A Polícia Civil encontrou selfies de Albino em frente à lápide de algumas de suas vítimas. Em seu aparelho celular, Albino tinha três pastas específicas: ‘Odiadas Instagram’, ‘mortes especiais’ e ‘prints reportagens’. Em alguns casos, ele chegou a ir até o cemitério e tirou selfies nas lápides das vítimas que fazia. Albino também marcava no calendário a data de cada um dos crimes.

“Os peritos encontraram no celular dele fotografias de indivíduos que ainda estão vivos, mas que seriam vítimas em especial. […] É um predador, assassino em série, frio, calculista”, afirma o delegado Souza. “Ele não demonstra nenhum arrependimento”, acrescenta.

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Albino

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