O Madeiro da minha aldeia
O nosso mundo, por outro lado, parece obcecado por uma luz que rejeita qualquer sombra. Estamos rodeados por claridades sintéticas: luzes que não queimam, que se oferecem como uma promessa de segurança imaculada. As vitrines, as árvores artificiais, os brilhos fabricados nas ruas insistem num conforto sem interrogações. Mas essa luz é estéril, não aquece nem transforma. Ao afastar o mistério, recusa o desconhecido e impõe uma felicidade sem fendas. Ser feliz, a qualquer custo — é o que dita. Mas uma luz que rejeita a sombra não ilumina; oculta