World News in Portuguese

Antonio de La Selva: Bolsonarismo fascista golpista em desespero

Antônio La Seva é a versão ficcional bolsonarista atentatória à democracia que se vê às portas da prisão e da desmoralização completa A burguesia se desespera quando seus crimes relacionados à exploração dos trabalhadores do campo são cruamente expostos pela mídia. É a ocasião em que ela vê contra si aqueles que financia para representá-la no parlamento. Tais representantes vacilam quando vê expostos os capitalistas que apoiam no legislativo, encaminhando suas proposições, na hora da cobrança dos eleitores. Se vazam os crimes e as articulações golpistas da classe capitalista, latifundiária, ou industrial, ou comercial, ou financeira etc., como continuar a comprometer-se com ela, se correm risco de perderem apoio e votos nas eleições, conforme o rito democrático? Esse exemplo está sendo claramente exposto no plano da ficção, na novela da Globo, “Terra e Paixão”, nos seus capítulos finais. Como sempre, a emissora prima-se por equilibrar arte e realidade, tentando misturá-las em doses homeopáticas, sem nunca abrir mão dos seus interesses de classe, alinhada ao capital. Antônio La Selva, poderoso latifundiário, rei da soja, personagem bolsonarista de carteirinha, embora enrustido, para conveniência da própria Globo, interpretado, brilhantemente, por Tony Ramos, não vê limite ao seu poder político e financeiro como grande produtor rural. Para ele, convergem todos os apoios dos seus lacaios, dos dependentes do seu dinheiro, como os políticos, para financiar suas campanhas eleitorais etc., e livrá-lo dos seus crimes e maracutaias. Apresenta-se soberano a partir da sua base capitalista que, aparentemente, tudo pode, até que seus crimes ficam expostos  na mídia e ganham a consciência popular, que os repudia. Desabam, a partir desse momento, as convicções de um poderio ancorado no dinheiro que compra consciências até determinado ponto, sob poder democrático, mesmo em suas falsas potencialidades.   RETRATO FICTÍCIO DO BOLSONARISMO   O liberalismo explícito e brutal exercido pelo poder financeiro de La Selva não garante o poder ilimitado sob democracia, salvo se os pressupostos democráticos são totalmente rompidos, como desejou fazê-lo no Brasil o ex-presidente fascista Jair Bolsonaro, para instalar ditadura nazista, como Javier Milei tenta fazer, nesse momento, na Argentina. La Selva dispunha de uma corte político-parlamentar neoliberal ancorada em poder financeiro, no mercado especulativo, que o levou a almejar o poder absoluto. Rompeu, na ânsia fascista, cujo alvo é a destruição dos direitos dos trabalhadores, com a institucionalidade burguesa. Dispôs-se a destruir as instituições, conspirou contra elas, moveu mundos e fundos para financiar seu desejo de permanecer no poder, mas o fascismo explícito o destruiu como elemento desagregador da sociedade, por isso, mesmo, rejeitado. A burguesia ousa combinar-se com tudo para atender e cumprir seus interesses, menos se tiver que se autodestruir, como renúncia ao seu poder discricionário antidemocrático em essência. Quando percebeu que o fascismo ultradireitista radical bolsonarista colocava tudo a perder, abandonou-o, tirou Lula da cadeia e o deixou disputar as eleições e vencê-las, em 2022, embora, cercando-o de salvaguardas impostas, agora, por um parlamentarismo neoliberal que destrói o presidencialismo de coalizão, ou seja, a própria Constituição. A prisão de Bolsonaro, a qualquer momento, depois que se tornou inelegível por oito anos, virou uma conveniência, necessidade de saneamento ético e moral do capitalismo, menos para atender às razões da esquerda e do centro democráticos do que para salvar as aparências da própria direita. Afinal, essa direita sem caráter havia se vendido à ultradireita bolsonarista e se descaracterizado politicamente, tendo que recorrer, até, às armas inconstitucionais, aderindo ao parlamentarismo neoliberal apoiado pela Faria Lima, para tentar segurar Lula de qualquer jeito. ARTE IMITA A VIDA Antônio La Seva é a versão ficcional bolsonarista atentatória à democracia que se vê às portas da prisão e da desmoralização completa, como acontece com Bolsonaro, no momento, em que as instituições se juntam para lembrar, com pompa e circunstância, de data fatídica, 8 de janeiro de 2023, dia da infâmia, que ele promoveu. Pragmaticamente, conforme a realpolitik cínica do capital, La Selva/Bolsonaro sobreviverá por conta do sagrado direito à propriedade contra o qual a Globo não investirá, por se comprometer completamente com ele, visto que, hoje, defende interesses concretos na exploração do agronegócio com o apelo de que o agro é pop etc, enquanto bombeia a cultura sertaneja. A plateia, de um lado, está vibrando com a prisão do bandido, do latifundiário que financia a direita fascista bolsonarista, que não vê limite à sua ânsia de poder, e, de outro, tem-se diante de si a fantasia encarnada na vitória do mocinho, aliás, da mocinha, interpretada pela atriz Bárbara Reis. Desalojada à força da sua pequena propriedade, Aline/Reis, tal qual acontece com os sem-terra, com os índios, roubados em seu marco temporal, não radicaliza contra o capital latifundiário, evita politizar a realidade cruel contra a qual se desenvolve, historicamente, no Brasil a encarniçada luta de classe no campo. Com a Globo, tudo tem que ser devidamente edulcorado. No dia do atentado à democracia, as solenidades serão feitas em ambiente fechado, no Congresso, como se não quisesse dar publicidade ou fazer denúncia explícita da infâmia em praça pública. Nos EUA, Joe Biden bota boca no trombone para criminalizar o fascista Trump que agiu tal qual seu discípulo brasileiro. Também não pode parecer que os militares têm culpa no cartório, graças ao esforço cínico do ministro da Defesa em passar pano nas altas patentes. É a farsa de sempre patrocinada pela elite tupiniquim.

Читайте на 123ru.net