Covardes, uni-vos!!!
Os covardes deveriam fortalecer seus laços, para que suas covardias sejam organizadas, escreve o colunista Moisés Mendes
Extremistas de direita e todos os que genericamente são definidos como fascistas estão agrupados nos mais variados tipos de organização. Mas não há ainda entidades que congreguem os covardes e os isentões.
Porque os covardes não são necessariamente da direita e da extrema direita explícita ou encabulada. Há covardes em todas as classes e categorias sociais e de todas as ideologias. Que geralmente prezam pela militância silenciosa.
Mas os covardes estão desorganizados. Covardes deveriam criar grupos de convívio, não só no whats, mas em todas as redes sociais, e também formar ajuntamentos orgânicos pelas afinidades das suas covardias.
Para que se juntem os covardes clássicos e seus derivativos. O clássico circula pelas beiradas das grandes questões, em conversinhas que na maioria das vezes não são tornadas públicas.
Covardes ortodoxos são pretensamente valentes em tempos de paz e são covardes em tempos de guerra, ou não seriam covardes.
Como acontece agora. Covardes trocam impressões sobre quaisquer assuntos, nos grupos virtuais e presenciais de covardes, mas são incapazes de explicitar opiniões que possam comprometer seu acovardamento.
Por isso os covardes devem estreitar relacionamentos com outros covardes, também de forma direta e analógica. Covardes não podem continuar dispersos, em turmas de zap, como estão desde a ascensão do bolsonarismo.
Há covardes dos subgrupos, dos covardes meio silenciosos mas nem tanto, que atacam Lula pelas costas na guerra contra o governo genocida de Benjamin Netanyahu.
Covardes que têm posição formada sobre tudo, desde que sejam desqualificadoras dos que não são covardes.
E que são covardes invariavelmente pelo silêncio ou pelo murmúrio. Covardes de todas as áreas, inclusive do jornalismo, que prosperam em especial na grande imprensa.
Covardes que enxergaram Lula cometendo barbeiragem ao atacar os assassinos de crianças e compará-los aos crimes que os nazistas cometeram contra os judeus.
Covardes segundo os quais Lula, no terceiro mandato como presidente e com meio século de política, seria um amador ao atacar o governo genocida de Israel, e não o estadista com maior protagonismo nesse começo de anos 20.
Para esses covardes, Lula teria cometido, no improviso, um escorregão do qual deve se arrepender. Quando o que Lula fez foi denunciar os silêncios plurais dos covardes do mundo diante do massacre em Gaza.
São covardes abarrotados de títulos acadêmicos os covardes do chamado meio jurídico, os especialistas ouvidos pelos jornalões, sempre que precisam dar o lustro da hermenêutica liberal aos ataques ao governo e a Lula.
Covardes murmurantes operadores do Direito blasé, que não dizem nada com alguma consequência e que deixaram Alexandre de Moraes lutando sozinho contra manés, terroristas e chefes golpistas militares e milicianos.
Covardes e canalhas, uni-vos. Covardes não têm pátria. Tenham a ambição de uma carreira internacional. Unam-se aos covardes argentinos, israelenses, alemães, chilenos, gregos, americanos.
Percam a timidez. Juntem-se aos cínicos. Formem uma vasta confraria de isentões que se distanciam de tudo que é grave para exercitar falsas neutralidades e se alinhar sempre ao lado dos poderosos e de outros covardes.
Covardes que não tiveram a coragem de mostrar a cara e as unhas como bolsonaristas e que hoje, como perdedores, não sabem direito o que são. Mas sabem que são covardes.