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Arauco recebe licença e começa terraplanagem para fábrica em MS

O Governo do Estado entregou esta manhã a licença de instalação para uma fábrica de celulose da chilena Arauco, em Inocência, cidade na região leste de Mato Grosso do Sul. O CEO da empresa no Brasil, Carlos Altimiras, se reuniu com o governador Eduardo Riedel, secretários, o prefeito e vereadores da cidade e técnicos responsáveis pela elaboração do documento para receber a licença em mãos. Com a licença, a empresa já pode começar a dar forma ao projeto. O primeiro passo é a terraplanagem, que deve começar em julho e, segundo revelado pelo secretário de de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, deve envolver de 2 a 3 mil pessoas. Altimiras disse que a empresa quer aproveitar período de estiagem para avançar no trabalho. O empreendimento da Arauco em Inocência é estimado em Inocência é estimado em R$ 28,3 bilhões, com duas plantas. Há cronograma para a primeira, que deve começar as obras no ano que vem e entrar em atividade no segundo semestre de 2028, com produção de 2,5 milhões de toneladas ao ano, a exemplo da unidade que a Suzano vai ativar no segundo semestre em Ribas do Rio Pardo. Para escoar a produção, a empresa também criará uma malha ferroviária própria, de 47 km, que se conectará com a malha ferroviária norte, que atravessa o estado na região, cruza o Rio Paraná em Aparecida do Taboado e segue até o Porto de Santos. O CEO informou, também, que a Arauco precisará definir um terminar para atender essa demanda. Riedel lembrou que o volume a ser exportado vai significar um navio por semana. O evento, na Governadoria, teve tom de comemoração, celebrando um “namoro longo”, nas palavras de Riedel, que reconheceu que o ritmo de crescimento que a cidade vivenciará será desafiador, com problemas, mas que deverão ser encarados “com maturidade”. Pediu aos políticos locais que os discutissem no âmbito das instituições, sem deixar que o projeto fosse “colocado em xeque”. Verruck apontou a importância da prefeitura e dos vereadores para as mudanças legislativas que o empreendimento demanda na cidade. Lembrou que técnicos do Imasul se empenharam em garantir o trâmite no prazo. Altimiras falou sobre o compromisso da empresa em tentar mitigar os impactos da implantação do projeto. A empresa criou uma sede na cidade e vai realizar atividades em parceria com a administração local, em áreas como educação, esporte. Também anunciou parceria com Sebrae e Sesi, para qualificar fornecedores e trabalhadores para a fábrica. O prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos já havia antecipado que estimava que a cidade saltasse da 48º posição para ficar entre as dez maiores economias do Estado. O aumento populacional deve ser de 8 mil para 20 a 25 mil habitantes em dez anos, disse esta manhã. O prefeito repetiu essa manhã as preocupações com a chamada “dor do crescimento” e pediu ao governador que não esqueça da cidade. Considerou a instalação da fábrica “um presente de Deus”, que muitos municípios gostariam de ter. Ele apontou que os trabalhadores ficarão alojados na região da obra, fora da cidade, o que é positivo para haver menos impacto nos serviços. Santos apontou infraestrutura, saúde e educação como as grandes demandas que Inocência deverá enfrentar. Questionado sobre os impactos ambientais de empreendimentos industriais e o potencial poluidor, Riedel disse que isso estava relacionado a uma postura extrativista que foi superada pelo avanço tecnológico e o processo de produção circular, que resulta em poucos resíduos, com melhor aproveitamento no processo industrial. Conforme a Arauco divulgou, o processo produtivo busca reduzir consumo de água, energia, produção de resíduos, com reaproveitamento de materiais para evitar a necessidade de aterro para rejeitos. Ela deverá usar energia produzida a partir de biomassa, conforme divulgado no evento. Segundo o governador, as ações para enfrentar os problemas de crescimento atuais, como necessidade de qualificação de mão de obra, ampliação de logística, para atender o setor produtivo, projetarão em 10, 20, 30 anos, o Estado “em outro nível de oportunidades”, apontado que as escolhas recaem em atividades responsáveis socioambientalmente.

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