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Influenciadores que se dedicam à divulgação da ciência engajam milhões nas redes digitais

* Feito com informações da Folha de São Paulo

Os influenciadores digitais Pedro Loos, de 27 anos, Mari Krüger, de 34 anos, e Iberê Thenório, de 42, representam um segmento do mercado dos conteúdos virtuais voltado para a ciência. Com milhões de seguidores em plataformas como Instagram e Youtube, o engajamento dos influenciadores vem de conteúdos científicos de temas diversos. 

Ao ouvir de um calouro do curso de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que ele havia escolhido a formação porque era fã do canal Ciência Todo Dia, criado por Pedro Loos, o influenciador se emociona.  À Folha de São Paulo, o criador de conteúdo, que também cursou Física na mesma Universidade, destacou: “Naquele momento, eu percebi que meu trabalho estava atingindo um nível especial”, destacou o criador de conteúdo.

Por sua vez, Thenório, que já está no ramo da divulgação científica na internet há 16 anos, compartilha relatos semelhantes. O influenciador diz já ter visto alguns dos seguidores, que começaram a acompanhar seu conteúdo ainda na infância, se tornarem pesquisadores e professores universitários. “Nossa mão faz diferença, queremos que as pessoas se entusiasmem em aprender”, disse.

Loos e Iberê são alguns dos influenciadores “milionários” da ciência no Instagram, junto de outras figuras como a bióloga Mari Krüger, de 34 anos. A rede digital, que mudou seu foco de fotos para vídeos curtos, é a segunda mais popular no Brasil, com 113,2 milhões de usuários, conforme o relatório Digital Report 2023 das agências We Are Social e Meltwater.

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No Instagram, Loos conta com uma audiência de 1,8 milhão de seguidores, enquanto o perfil do Manual do Mundo alcança 2,4 milhões e o de Krüger soma 1,1 milhão, todos conquistados em 2024. Em outras plataformas, como TikTok e YouTube — onde Loos e Iberê começaram —, os números também são impressionantes.

Independente do formato de sua produção, essas figuras da internet que discutem ciência e o funcionamento do mundo exercem grande influência ao combater fake news, oferecer dicas de experimentos científicos e explicar como as coisas funcionam.

Qual o alcance?

  • Iberê Thenório (Manual do Mundo)

Criação: 2008

Instagram: 2,4 milhões de seguidores

YouTube: 18,7 milhões de inscritos

TikTok: 3,5 milhões de seguidores

  • Pedro Loos (Ciência Todo Dia)

Criação: 2012

Instagram: 1,8 milhão de seguidores

YouTube: 5,3 milhões de inscritos

Tiktok: 1,6 milhão de seguidores

  • Mari Krüger

Criação: 2020

Instagram: 1,1 milhão

YouTube: 97,8 mil inscritos

TikTok: 775,5 mil seguidores

Desafios

Para garantir a precisão e o tom adequado do conteúdo, Iberê realiza aulas particulares de física e conta com uma equipe dedicada à apuração e checagem. “Temos uma pequena Redação”, afirma. Também nos bastidores está Mariana Fulfaro, terapeuta ocupacional e co-fundadora do Manual do Mundo com seu marido. “Ela faz mais vídeos relacionados à saúde e agora tem seu próprio perfil no Instagram”, revela Iberê.

Para garantir a precisão e o tom adequado do conteúdo, Iberê realiza aulas particulares de física e conta com uma equipe dedicada à apuração e checagem. “Temos uma pequena Redação”, afirma. Também nos bastidores está Mariana Fulfaro, terapeuta ocupacional e co-fundadora do Manual do Mundo com seu marido. “Ela faz mais vídeos relacionados à saúde e agora tem seu próprio perfil no Instagram”, revela Iberê.

Loos também conta com seu próprio comitê científico e jornalístico por trás das câmeras. “Meu objetivo é ser lembrado pela informação acurada”, diz. “E, por isso, é importante ter humildade e saber que o linguajar acadêmico não é amplamente compreendido, então precisamos de ajuda”, concluiu.

Em 2018, a produção de conteúdo do canal consumia quase todo o tempo do influenciador. Por isso, Loos decidiu formar uma equipe maior e concentrar seus esforços na divulgação científica, ao invés de se dedicar pessoalmente à carreira de cientista.

“Quando eu comecei, a carreira de divulgador científico não era totalmente viável e existiam poucas oportunidades para acadêmicos que queriam fazer divulgação, então eu não tive a chance de fazer um curso, fui meio que aprendendo a fazer fazendo, com os meus erros e observando os dos outros”, afirma Loos.

Com mais de dez anos de experiência, Loos e Iberê testemunharam a evolução da internet e as mudanças no comportamento dos espectadores. É essencial buscar o equilíbrio entre a qualidade do conteúdo e as demandas dos algoritmos, que tendem a favorecer certos tipos de material e personalidades.

“Nossa linha editorial não é reativa, nós não fazemos vídeos sobre as últimas trends ou os assuntos polêmicos do TikTok, nossa produção é ativa, fazemos conteúdos que vão durar o máximo de tempo possível”, reforçou Loos.

Outra novidade significativa no ambiente digital a qual os produtores mais experientes tiveram se adaptar foi o aumento substancial do negacionismo. “Não era um movimento organizado, político, ninguém era pago para ser negacionista, então temos uma postura hoje no Manual de não responder a provocações”, afirma Iberê, que na sequência complementa: “Pessoalmente, nunca fui cancelado na internet, mas saí do Twitter (atual X) porque se tornou um ambiente que não fazia bem para mim”.

Um aspecto geral destacado por todos foi a monetização do trabalho na produção de conteúdo científico como um dos maiores desafios. Para cobrir as despesas pessoais e do negócio, e dar sequência à produção própria, influenciadores precisam firmar parcerias com empresas, institutos de pesquisa, universidades e, em alguns casos, marcas.

“Além de buscar evidências científicas dos produtos que eu aceito fazer publicidade, de não me associar a produtos milagrosos, eu sou vegana, então isso exclui muitas empresas”, Krüger explica as limitações que o tema implica no cotidiano da profissão.

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