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No pós-capitalismo se você assistir um episódio de Mandalorian, a Disney pode matar sua esposa

Vivemos em uma era economia dominada pelo modelo capitalista em todo o mundo. No planeta, se contam nos dedos os países que seguem um modelo socialista ou sequer social-democrata, visto como o que se tem uma melhor distribuição de renda da população. Porém, no mundo de hoje, quem busca a distribuição de renda e os direitos dos trabalhadores é visto como o grande vilão enquanto quem apoia grandes corporações que pegam para si todos os lucros é visto como integrante do lado certo.

O capitalismo é um sistema que funciona perfeitamente para o que é feito: empobrecer 99% da população e beneficiar o 1% que detêm os meios de produção. Quem tenta fugir ou lutar contra esse sistema é massacrado de todos os lados por não aceitar a realidade que, querendo ou não, a grande maioria da população mundial.

Para o brasileiro médio, os Estados Unidos é um grande sonho de consumo. Com mercadorias descartáveis de obsolescência programada. Ao mesmo tempo que lá você consegue comprar o mais novo iPhone em duas semanas de trabalho, você precisa de 1 ano desse mesmo trabalho para pagar uma visita simples ao médico ou de 10 anos para pagar sua educação universitária.

O capitalismo moderno fez com que todas as religiões fossem deixadas de lado e que se criasse uma nova: o mercado. Essa nova religião é politeísta e tem como seus deuses as grandes corporações.

Para essas corporações, que tem como único objetivo deixar seus donos e acionistas cada vez mais ricos, o ser humano deixou de ser o consumidor e passou a ser o produto. A Disney, que é o foco desse texto, por exemplo, aposta no seu mal gosto para te vender o máximo de produtos genéricos e alimentar seu TDH com mais do mesmo em todos seus produtos, uma indireta real para a saga Vingadores.

Porém, ao mesmo tempo que você está cego para toda a propaganda que ela coloca na sua mente sem que você saiba, está outro real problema: seus parques e termos de uso.

Na última semana, um processo contra a gigante da mídia estadunidense ficou em evidência. Uma mulher, de 42 anos, morreu tragicamente em um restaurante da Disney em Orlando, na Florida, após ter uma reação alérgica severa. Tomado pelo luto e pela tristeza, o viúvo da vítima entrou com um processo contra a corporação.

O processo, no entanto, não foi a frente pois o viúvo “assinou a Disney+ em 2019 e assinou os termos de uso onde está descrito que assinantes não podem processar a Disney por nenhum motivo”.

“A noção de que os termos acordados por um consumidor ao criar uma conta de teste gratuita Disney+ impediriam para sempre o direito do consumidor a um julgamento com júri em qualquer disputa com qualquer afiliada ou subsidiária da Disney, é tão escandalosamente irracional e injusto que choca a consciência judicial, e este tribunal não deveria fazer cumprir tal acordo”, escreveram os advogados.

Então, com a religião do mercado, a Disney se torna um Deus e, aparentemente, tem total direito de tirar a vida de sua esposa, filho, pai, mãe, ou qualquer outro familiar sem que seja responsabilizada. O pós-capitalismo faz com que o controle, que devia estar na mão da população, esteja na mão do 1% que nada produz e a tudo tem.

O que nos resta a fazer é, claro, boicotar corporações que nos veem como um número e nada mais e, mais importante, lutar contra um sistema que se acha no direito de tirar nossa vida por nada.

Por fim, isso tudo parece uma das “declarações” dadas por “dissidentes” da Coreia do Norte que afirmam que no país não se pode andar pelas ruas descalço pois foi o líder que construiu as ruas. Mas, na verdade, isso aconteceu na suposta maior democracia do mundo que, querendo ou não, rege o mundo que conhecemos hoje.

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