Gayer e Major Vitor Hugo mandam no PL em Goiás. Wilder Morais é o “rei” da Inglaterra
Quem manda no PL em Goiás: o senador Wilder Morais, o deputado federal Gustavo Gayer ou o ex-deputado federal Major Vitor Hugo?
Como se sabe, Wilder Morais é o presidente estadual do PL em Goiás. Mas não é o principal interlocutor do ex-presidente Jair Bolsonaro no Estado.
Na verdade, no momento, os dois principais interlocutores de Bolsonaro no Estado são Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo (este, amigo de longa data; não custa lembrar que são militares, pois pertenceram ao Exército).
Bolsonaro respeita Wilder Morais, até por causa de sua estrutura financeira — avião e helicóptero à disposição, comida e bebida fartas —, mas prefere conversar com Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo.
Veja-se o caso de Goiânia, a cidade com mais eleitores de Goiás. Na capital, com mais de 1 milhão de eleitores, quem manda no PL é Gustavo Gayer. O deputado definiu Fred Rodrigues, seu aliado, para prefeito, e nem mesmo consultou Wilder Morais — que, nos bastidores, muito membros do PL no Estado chamam de “aquele riquinho emergente que adora ostentar”. (Bolsonaro sempre diz que Gayer o defende no Congresso. Já Wilder Morais é ameno com o governo do presidente Lula da Silva.)
Na cidade de Anápolis, o candidato do PL, Márcio Corrêa, surgiu de uma operação formulada por Major Vitor Hugo. Na verdade, Wilder Morais participou dela, mas não de maneira decisiva.
Márcio Corrêa se tornou candidato a prefeito pelas mãos de Major Vitor Hugo e de Bolsonaro. Anápolis é a terceira cidade com maior número de eleitores de Goiás.
Já em Aparecida de Goiânia, com o candidato a prefeito Professor Alcides Rodrigues, do PL, sente-se, finalmente, a mão de Wilder Morais, sobretudo no capítulo finanças e aliados. Um de seus principais aliados, conhecido como Nenzão dos Dólares, é o principal operador político do postulante do Partido Liberal.
Em várias cidades, nas quais Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo não operam — até por falta de interesse —, Wilder Morais é o “rei”. Em Anhanguera, por exemplo.
Membros do PL se irritam com a única obsessão de Wilder Morais: disputar o governo de Goiás em 2026. “Wilder não pensa no PL. Está preocupado apenas com seu projeto pessoal”, afirma um deputado.
Há uma pedra no caminho de Wilder Morais. Em 2026, dependendo das articulações nacionais e estaduais, o PL poderá caminhar com o União Brasil e o MDB em Goiás.
Se depender de Bolsonaro, o PL compõe chapa com o grupo do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil. A chapa majoritária poderá ser a seguinte: Daniel Vilela (MDB) para governador, Gustavo Mendanha (tende a se filiar ao UB) na vice e com Gracinha Caiado (UB) e Gustavo Gayer ou Major Vitor Hugo, ambos do PL, para senador. Seria uma união da centro-direita. A chapa seria fortíssima.
Mas o que fazer com Wilder Morais? “É um problema dele, não do PL”, afirma um político muito ligado a Bolsonaro. “Wilder, nós bolsonaristas sabemos, joga o jogo dele, não o do PL e de Bolsonaro. Estamos sabendo que o senador planeja comprar um portal de jornalismo, com o qual já mantém ligação, inclusive com a divulgação de pesquisas, mas ele não nos comunica de nada.”
O bolsonarista-raiz diz acreditar que, se Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo fecharem com o grupo de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, em 2026, “a tendência é que Wilder Morais deixe o PL — afinal, não é PL, está PL. Minha aposta é que Wilder se aliará a Marconi Perillo e será candidato a governador pelo PSDB, com o ex-governador como candidato a senador”. (E.F.B.)
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