Incêndio atinge Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia

Um incêndio atingiu a área de proteção ambiental da Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia, na tarde da última terça-feira, 3. Foi montada uma equipe de emergência envolvendo o Corpo de Bombeiros, fiscais da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do município e proprietários de chácaras na região. Segundo informou a corporação militar, as chamas já foram controladas “mas a área segue sob monitoramento para evitar reinícios e garantir a segurança da reserva”. 

Segundo nota enviada pelo Corpo de Bombeiros, ainda existe um “pequeno foco ativo em uma área de difícil acesso”, mas drones estão sendo empregados para monitorar a área, facilitando o combate às chamas. 

Informações da Prefeitura de Aparecida de Goiânia revelam que o foco de incêndio inicial partiu do extremo norte do estágio 1 da Serra, próximo ao Setor Independência Mansões. Na sequência, “o fogo se espalhou deste ponto para a parte mais alta da Serra, para o vale das três Marias, onde há cachoeiras, e região norte onde há chacareiros”, informou representante da Defesa Civil. Moradores das chácaras locais acionaram as equipes do Corpo de Bombeiros. 

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A Serra da Areia foi instituída como Área de Proteção Ambiental (APA) pela Lei Municipal 3.275, de 21 de julho de 2015, pelo então prefeito Maguito Vilela, com base na Lei Federal nº 9.985/2000, reguladora do Sistema Nacional das Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).

O Jornal Opção entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil para saber das dimensões dos estragos e do andamento das investigações, entretanto, nenhuma das duas instituições soube informar com precisão já que, até o momento, a ocorrência está em andamento. “Estamos fazendo os levantamentos para poder mensurar o tamanho dos prejuízos ambientais” e “tem equipe investigando, mas até o momento não foi identificado [culpados]”, informaram representantes dos órgãos. 

Repercussão 

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (UB), fez uma publicação em seus perfis nas redes digitais lamentando o ocorrido. Após elogiar a atuação do Corpo de Bombeiros, o gestor disse que determinou à Secretaria de Meio Ambiente “reforço nas ações” e que os infratores serão responsabilizados”.

Nos comentários, os cidadãos aparecidenses demonstram tristeza e revolta com o episódio. “Não tem explicação pra tanta maldade com a natureza”, disse uma internauta. “Desprezível quem tem atitudes como essas , colocar fogo em zona de proteção ambiental”, afirmou outro. 

A comunicação da Prefeitura apontou para práticas ilegais dentro da reserva como possíveis causadores do desastre ambiental. “Ocupações irregulares e atividades esportivas proibidas por lei, como acampamentos, extração de areia, motocross, ciclismo, prática de trilhas, caça e pesca… o descarte irregular de lixo e entulho, além de incêndios”, são algumas das ilegalidades flagradas no local, que conta com câmeras de segurança e bases de monitoramento.

Linha de frente

O Jornal Opção entrou em contato com moradores da região afetada pelo fogo. Aldemir Alves, um dos residentes do local, afirmou que os focos iniciais do incêndio começaram ainda no domingo, 1° de setembro. “Avançou pela serra, teve um veículo incendiado”, compartilhou. Segundo o morador, os Bombeiros chegaram e conseguiram apagar o fogo do veículo e controlar as chamas na Serra, entretanto, “ontem [3] começou o fogo novamente do lado do Setor do Independência Mansões”. 

Aldemir conta que os moradores tiveram que assumir a frente de combate ao incêndio, enquanto não chegavam os bombeiros, devido ao avanço rápido das chamas. “Quando começou a escurecer voltamos para consertar alguns abafadores que possuíamos, foi quando o fogo atingiu a primeira propriedade do nosso condomínio de chácaras”, compartilhou. Após as chamas atingirem a região residencial, os bombeiros concentraram seus esforços ali e conseguiram conter o avanço do fogo, entretanto, o outro lado da Serra também sofria danos.

“Até bombeiros de folga foram até o local”, compartilhou o morador, que disse que vieram socorristas de outros municípios, como Senador Canedo e Bela Vista. Por fim, Aldemir afirma que esse problema é recorrente, todo ano na época de seca a situação se repete. Ele diz ainda que, caso fosse enviado material para combate a incêndios (como abafadores e EPI’S), os moradores da região poderiam atuar preventivamente.

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