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Gírias do PCC: escama e azeite como códigos para tráfico

Conversas interceptadas pela Polícia Civil de São Paulo, através do aplicativo WhatsApp, revelaram um código secreto utilizado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) para classificar a pureza das drogas. As gírias, empregadas possivelmente para despistar as autoridades, foram descobertas durante investigações sobre o tráfico de drogas conduzido pela facção criminosa.

As mensagens monitoradas foram trocadas entre Fabiana Lopes Manzini, esposa de Anderson Manzini, o “Gordo”, um dos líderes do PCC, e um fornecedor de drogas. Fabiana, que foi presa em setembro de 2023, coordenava as operações do marido, preso desde 2002. Durante as conversas, ela discutia a compra de cocaína com Leandro César de Souza, utilizando termos como “escama de peixe” para se referir à droga de alta pureza, e “azeite” para a de qualidade inferior.

O valor da cocaína pura, que pode atingir 97% de pureza, chegava a R$ 24 mil por quilo, enquanto a droga de menor qualidade variava entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Fabiana exigiu amostras da droga para avaliar sua qualidade antes de fechar o negócio, destacando a complexidade e o profissionalismo do esquema. As drogas com alto teor de pureza são mais valorizadas porque podem ser diluídas em laboratórios clandestinos, conhecidos como “padarias”, rendendo até 10 vezes o valor do quilo comprado.

Além do tráfico de drogas, as conversas revelaram outra faceta preocupante do PCC: a tentativa de infiltrar seus membros na política. Leandro expressou a Fabiana seu interesse em concorrer a um cargo nas eleições, mas seus planos foram frustrados com a prisão dela. A polícia descobriu que o PCC estava articulando uma estratégia para inserir representantes em cargos políticos em diversas regiões do estado de São Paulo.

Fabiana foi capturada em uma operação da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes, onde celulares apreendidos forneceram evidências de um esquema de tráfico de drogas controlado por seu marido diretamente da prisão. As mensagens também expuseram uma rede de lavagem de dinheiro e a criação de um “banco do crime”, que movimentou bilhões de reais. João Gabriel Yamawaki, primo de Anderson Manzini e líder dessa instituição financeira ilegal, foi preso em agosto de 2023, com um bloqueio de mais de R$ 500 milhões em suas contas.

As investigações da Polícia Civil continuam em andamento, buscando desmantelar completamente as operações da facção. Várias pessoas estão sob investigação, e o cerco sobre os líderes do PCC se intensifica com novas revelações a partir da análise das comunicações interceptadas.

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