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Entre “tapas e beijos”, acabou a brincadeira! Tomem tenência!

Por Cynthia Pastor, editora do Jornal Opção Entorno

Já se sabe que os “disparates” do candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) não passam de estratégia midiática de campanha de baixo nível. Falta apenas ele produzir um “atentado fake”, já que o resto das encenações não convenceram o grande público.

Com este personagem mal “ajambrado”, até me questiono se Steve Bannon não andou dirigindo algumas cenas por aqui, com suas ações baseadas nos conceitos de Nicholas Taleb, em que o extremismo causa impacto e gera o descontrole geral.

Será Marçal o Cisne Negro 2? Fica o questionamento neste circo de perplexidades, que me rememora a obra datada de 1968: “Homens em Tempos Sombrios”, da filósofa e teórica Hannah Arendt, em que ela afirma que “o revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à revolução”. Arendt parecia prever o futuro que nos impõe cenas e atitudes supostamente “radicais”, mas que não são nada além de fantasia midiática de quem, na verdade, não pretende mudar status quo nenhum.  

Mas o fato é que o aumento dos casos de violência política está absurdo. Houveram dois assassinatos de vereadores na semana passada, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com candidatos executados. Em um município da região do Entorno do DF, um postulante à vereança também foi atingido por tiros, ao chegar em casa com seu assessor.

A polícia não prendeu os homicidas ainda, mas a presidente do TSE, Cármen Lúcia, se manifestou e avisou que vai enviar as forças federais para cidades em 12 estados do Brasil. Em tom preocupado, ela avisou em pronunciamento oficial: “Há que se exigir, em nome do eleitorado brasileiro, que candidatos e seus auxiliares de campanha deem-se ao respeito. E, se não se respeitam, respeitem a cidadania brasileira, pois ela não está à mercê de cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática. Há que conclamar também os partidos políticos a que tomem tenência”.

A presidente alertou, de modo didático, que os partidos que usam recursos públicos nas campanhas, não podem compactuar com episódios de violência. Disse ela: “Não podem [partidos] pactuar com desatinos e cóleras expostas em cenas de vilania e desrespeito aos princípios básicos da convivência democrática”.

É valido salientar que no pleito de 2020, observou-se um alarmante crescimento de mais de 20% na violência política, em comparação à eleição anterior, conforme aponta um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Os dados revelam que, durante esse período, o Brasil registrou 174 crimes dirigidos contra políticos, refletindo um cenário preocupante para a democracia.

Já a pesquisa realizada em 2024 pela mesma instituição revela que, entre janeiro e 16 de setembro, foram registrados 455 casos de violência contra lideranças políticas no Brasil. Dentre os estados, São Paulo destaca-se como o mais afetado, com um total de 29 ocorrências. Esses dados evidenciam a necessidade urgente de medidas efetivas para garantir a segurança e a integridade dos representantes políticos no País.

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