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Grupo que escravizou uruguaios e faturou mais de R$ 1,4 bilhão com contrabando é alvo de operação em Goiás

Duas operações contra contrabandistas de cigarros falsificados e escravistas foram deflagradas pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 9, em conjunto com a Receita Federal e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Mais de 150 policiais cumprem dois mandados de prisão e 39 de busca e apreensão, além de ordens judiciais de bloqueio e sequestro de bens expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Goiânia (GO) e pela Justiça Federal em Uberaba. 

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Os mandados são cumpridos em Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco. Os suspeitos teriam movimentado mais de R$ 1,4 bilhão com a atividade ilegal, de acordo com a PF. 

As investigações começaram a partir de denúncias sobre a venda de cigarros falsificados ou contrabandeados nos municípios de Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF, e de Uberaba (MG). Segundo a PF, os suspeitos mantinham uma fábrica onde trabalhadores paraguaios seriam explorados em condições análogas à escravidão para a produção dos cigarros falsificados.

A corporação identificou que os investigados teriam iniciado as atividades com a venda de cigarros legítimos, mas começaram a querer lucros maiores e passaram a vender o produto com origem em uma fábrica clandestina – cuja provável localização é em Minas Gerais. Durante as investigações, a PF conseguiu amostras dos cigarros e fumos vendidos, de modo que laudos periciais e a consulta aos supostos fabricantes confirmaram as suspeitas.

Movimentação bilionária 

Apesar da aparência simples das distribuidoras investigadas em Valparaíso de Goiás e Uberaba, análises de relatórios de inteligência financeira (RIFs) recebidos pela PF revelaram uma movimentação de R$ 1.473.870.264 por meio do esquema.

Além disso, para conseguir transportar a carga pelas rodovias do Brasil, o grupo falsificava documentos e notas fiscais para burlar as fiscalizações. As investigações também demonstraram que os suspeitos, inclusive, ironizavam as abordagens, e diziam que “aprendiam cada vez mais” com fiscais e policiais a cada nova operação.

Os investigados podem responder por crimes relacionados à falsificação de cigarros e de documentos tributários, pelo comércio de produtos impróprios para consumo, por promover trabalho em regime análogo à escravidão e por lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem levar a mais de 48 anos de prisão.

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