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Prefeitas eleitas em Goiás destacam importância da representatividade feminina

No último domingo, 6, os eleitores brasileiros foram às urnas para decidirem os próximos prefeitos das 246 cidades goianas. No total, 35 mulheres foram eleitas em Goiás, o que corresponde a aproximadamente 14,2% dos prefeitos do Estado. O número é maior do que o das últimas eleições, em 2020, quando foram eleitas 33 mulheres (também 13,4%) para o executivo em Goiás, mas permanece muito abaixo do desejado para que haja igualdade de representação de gêneros em cargos de poder político.

Para entender a importância da representação feminina na política e os obstáculos que ainda existem para que mulheres cheguem ao poder, Jornal Opção ouviu as cinco prefeitas eleitas nas maiores cidades goianas onde a população elegeu mulheres: Formosa, Santo Antônio do Descoberto, Itaberaí, Porangatu e Iporá.

Formosa

(Simone Ribeiro, prefeita eleita de Formosa | Foto: Reprodução/Redes sociais)

Simone Dias Ribeiro de Melo (PL) foi eleita prefeita de Formosa com 41,44% dos votos válidos. Ela recebeu 23.319 votos, contra 16.556 da segunda colocada Delegada Fernanda (PP). Foi a primeira eleição de uma mulher a ocupar o cargo de prefeita em Formosa, reforçando a importância da presença feminina em posições de liderança.

“Meu papel como prefeita vai além da política, porque, antes mesmo de estar nesse cargo, eu já cuidava do meu povo”, afirma Simone Ribeiro. “Eu sempre me envolvi em projetos sociais e, quando me formei em psicologia, há 12 anos, essa missão foi potencializada.”

Simone destaca que sua atuação não se restringe ao período eleitoral. Como vereadora, ela tramitou projetos com base nas necessidades da população. “Foi aí que eu comecei a enxergar o poder da mulher na sociedade, na política, no desenvolvimento de pessoas e projetos. A mulher tem a capacidade de transformar a sociedade.”

Agora, como prefeita, Simone tem expectativas de levar dignidade para todas as famílias de Formosa, com uma visão focada nas necessidades das mulheres e da base familiar. “Quando falo de dignidade, falo de realmente cuidar das mulheres e das famílias, em todos os níveis da sociedade. O zelo, o cuidado e a perspicácia da mulher são fundamentais para isso. Quero unir outras mulheres nesse processo de desenvolvimento e prosperidade para a minha cidade.”

Ao ser questionada sobre sua posição como a primeira mulher a governar Formosa, Simone reflete sobre o simbolismo desse momento histórico: “É um orgulho imenso ser a primeira prefeita da história da cidade. Isso mostra que estamos em um momento de transformação.”

Segundo a prefeita eleita, a criação de novas secretarias será uma das principais estratégias para atender as demandas da população, especialmente no que tange à inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) e à valorização de mulheres e jovens. “Nós vamos ter uma Secretaria da Família, que abrange o papel da mulher, da juventude. Vamos fazer uma gestão inclusiva, trabalhando também a questão da independência da pessoa com deficiência”, afirmou.

Desafios da mulher na política

Além dos planos para a gestão, a prefeita falou sobre os desafios pessoais que enfrentou ao longo de sua trajetória política, especialmente por ser mulher. Questionada sobre barreiras e preconceitos, ela foi direta ao afirmar que, historicamente, as mulheres precisam provar constantemente suas capacidades.

“Eu sempre caminhei nessa vertente de autovalorização, não de soberba, mas de valorização mesmo, do meu papel no cenário”, comentou. Ela também mencionou os obstáculos relacionados à sua origem humilde e às discriminações que enfrentou ao longo da vida.

“Quando diziam que eu não conseguiria pela cor da minha pele, ou pela minha origem humilde, eu sempre precisei provar que posso”, relatou. A vitória nas urnas foi, para ela, uma resposta significativa a esses desafios.

Simone Ribeiro ainda delineou outras prioridades para os próximos quatro anos de mandato, abrangendo diversas áreas, como turismo e saneamento básico. “Estou falando de levar água onde não tem, estou falando de infraestrutura”, afirmou.

Um dos projetos centrais para essa gestão será o cuidado com a cidade e a melhoria da infraestrutura urbana, especialmente no que se refere à limpeza pública. Segundo a prefeita eleita, garantir uma cidade bem cuidada trará mais qualidade de vida aos cidadãos e tornará Formosa mais atraente tanto para os moradores quanto para os visitantes.

“A gente tem que começar a valorizar, por exemplo, a limpeza da nossa cidade. Eu vou zelar da nossa cidade, fazendo Formosa uma cidade tão maravilhosa que se torne realmente formosa como ela merece”, pontuou. Além das questões de infraestrutura, Simone também reforçou o compromisso de valorizar os servidores públicos e buscar recursos que melhorem áreas essenciais, como saúde e educação.

“A gente vai valorizar as pessoas que fazem a máquina funcionar, os funcionários públicos. Nós vamos trabalhar a questão de buscar recursos para aprimorar a saúde e a educação”, disse ela, frisando a importância do diálogo com diferentes esferas políticas e empresariais.

Para isso, ela destacou a busca por parcerias estratégicas com deputados, senadores e a iniciativa privada. “Nós vamos realmente ser facilitadores nessa gestão. Queremos ser facilitadores para as pessoas entrarem na nossa cidade, aproveitar o potencial que a gente tem e realmente transformar Formosa. A minha meta é transformar Formosa na capital de visibilidade produtiva do nordeste goiano”, concluiu.

Santo Antônio do Descoberto

Jéssica do Premium: prefeita eleita de Santo Antônio do Descoberto | Foto: Divulgação

A advogada e empresária Jessica Aparecida Ribeiro Gomes, a Jessica do Premium (União Brasil), fez história ao se tornar a primeira mulher eleita para a Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto. Com Alexandre de Jesus (MDB) como vice, ela conquistou 18.230 votos, o que corresponde a 53,28% dos votos válidos. A segunda colocada, Meiranny Reis (PP), ficou com 43,56% dos votos.

“A responsabilidade é muito grande. Eu sou a primeira prefeita eleita mulher de Santo Antônio do Descoberto. Na legislatura passada, a nossa Câmara de Vereadores teve duas mulheres eleitas, o que já foi um marco. Agora, são cinco vereadoras eleitas. Isso mostra que a presença da mulher na política está crescendo”, afirma.

Ela destaca que, com esse novo cenário, a Câmara de Santo Antônio do Descoberto se torna uma das mais representativas do Entorno, com a maior quantidade de mulheres eleitas. Entretanto, ela reconhece que a jornada até a vitória não foi fácil. “Enfrentei preconceito por ser mulher na política”, mencionando que, no início de sua candidatura, sofreu ataques machistas, incluindo sátiras e comparações desrespeitosas.

“Saiu até uma sentença esta semana sobre isso. Eu sofri algumas sátiras de grupos machistas da cidade que se escondiam atrás de grupos de para me atacar. Me comparavam até a uma prostituta. Então só me deu cada vez mais vontade de trabalhar, lutar, para mostrar para outras meninas e mulheres que é possível você ser mais forte do que isso,” relata, com indignação.

Diante dessas adversidades, a prefeita eleita compartilha sua experiência como uma forma de inspirar outras mulheres a entrarem na política. “Acredito que a superação vem com apoio e união. É importante que as mulheres se apoiem, compartilhem suas histórias e se encorajem a ocupar espaços. Nunca devemos deixar que o medo ou o preconceito nos impeçam de lutar por nossos direitos e por um lugar à mesa”, afirma.

Com um novo mandato pela frente, a prefeita espera que sua trajetória inspire mais mulheres a se envolverem na política. “Se estamos aqui hoje, é porque batalhamos por isso. Vamos seguir em frente, sempre lutando pela igualdade e por um futuro melhor para todas as mulheres”, conclui.

Jessica ainda mencionou sobre um projeto que visa apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade e violência, preparando-as para retornarem ao mercado de trabalho. “Nós temos um projeto aqui, inclusive em parceria com a Patrulha Feminina da Maria da Penha. A gente faz junto com a patrulha para capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade, violência doméstica, para que elas possam voltar ao mercado de trabalho e se tornarem independentes”, afirmou.

“Santo Antônio é uma das cidades do entorno que mais tem relatos de Maria da Penha e violência doméstica. Queremos muito trabalhar nesse sentido, porque muitas mulheres se sentem obrigadas a permanecer em situações difíceis por falta de independência financeira”, acrescentou.

Ela anunciou também que sua administração terá uma forte presença feminina. “Com certeza vai ter mais secretárias. Só para você ver: eu fui eleita pelo União Brasil e, na nominata do meu partido, são sete nomes; dos nossos sete, cinco são mulheres”, revelou.

Planos

Ao ser questionada sobre seus planos para os próximos quatro anos, a prefeita eleita foi enfática ao destacar a necessidade urgente de melhorar a infraestrutura de Santo Antônio do Descoberto. “Nossa maior prioridade é a infraestrutura. Santo Antônio do Descoberto não desenvolveu nesse sentido. Aqui, asfalto, onde tem é muito ruim, e muitos bairros da cidade não têm,” explicou.

A falta de investimentos na cidade tem sido um obstáculo significativo, segundo ela. “Isso faz com que nós não tenhamos investimentos na cidade, os empresários não possam vir para cá, os investidores não se sentem atraídos para investir em Santo Antônio. Então o desemprego aqui é muito grande.”

A nova prefeita também enfatizou a dependência econômica que a cidade tem de Brasília, algo que ela espera mitigar com suas ações. “A gente acaba tendo aquela dependência de Brasília, porque muitos cidadãos do Santo Antônio trabalham em Brasília,” pontuou.

Entre suas principais metas, a prefeita eleita destacou que pretende buscar recursos próprios e parcerias com parlamentares. “Com os investimentos, através de recursos próprios e emendas parlamentares que nós vamos ter de deputados parceiros, deputados estaduais, federais e senadores, a gente quer desenvolver a infraestrutura aqui.”

Além disso, o transporte público é outra área de preocupação. “Inclusive para gente melhorar também o transporte, que hoje aqui o transporte municipal é extremamente precário, vários bairros não têm,” concluiu.

Itaberaí

Rita de Cássia, prefeita de Itaberaí | Foto: Reprodução/Facebook

Rita, do União Brasil, foi reeleita prefeita da cidade para o próximo mandato. A candidata alcançou 95,04% dos votos válidos, totalizando 22.576 votos. Pedro da Agrodan (PT) teve 1.178 votos, 4,96% dos votos válidos.

Ao Jornal Opção, Rita destacou o crescimento da presença feminina no legislativo local e celebrou sua terceira gestão à frente da cidade. Ela ressaltou o papel crucial das mulheres na política e a importância de sua atuação na administração pública.

“Eu me sinto como um incentivo para a mulher estar onde ela quiser. O lugar da mulher é onde ela quiser estar, principalmente na vida política. E graças ao nosso incentivo, apenas duas cadeiras de vereadores eram ocupadas por mulheres e, agora, com as eleições de 2024, passamos para quatro cadeiras”, afirmou a prefeita, demonstrando sua satisfação com o avanço na representatividade feminina.

Ela atribuiu esse progresso ao incentivo contínuo para que as mulheres se envolvam mais na vida política. “Eu acredito que isso é resultado do nosso incentivo. A mulher precisa e merece estar na política. E pode anotar: onde a mulher está, tem mais transparência, mais dedicação, mais honestidade”, afirmou, com convicção.

“Isso é provado com muita humildade e felicidade no coração, pelo reconhecimento da nossa população ao nosso trabalho, com 95% de aprovação popular, através da maior festa democrática, que é a eleição. Estou muito feliz.”

A prefeita relembrou seu início na política e a trajetória que a levou a conquistar o reconhecimento da população, celebrando sua terceira gestão à frente da cidade e a primeira mulher a ocupar o cargo.

“De 2001 a 2004, eu era solteira, fui prefeita. Vinte anos depois, voltei em 2021 a 2024, e agora confio em Deus que estarei de 2025 a 2028”, completou.

Na primeira gestão, Rita recordou o período em que enfrentou dificuldades em um cenário de preconceito. “Enfrentei muita rejeição. É uma cidade muito tradicional, não acreditavam em mim”, afirmou.

Apesar das barreiras, ela afirma que sempre demonstrou personalidade forte e determinação. “Eu sempre soube o que eu quis, sempre tive muita ousadia, muita determinação. Deus me deu essa oportunidade e eu sempre fui funcionária pública. Desde os 16 anos estou a serviço do povo.”

Ela destacou a importância de deixar um legado. “Acredito que, nesta vida, a gente não leva nada, mas podemos deixar muita coisa. Meu objetivo é melhorar a vida das pessoas, transformar a vida das pessoas.”

A prefeita também ressaltou que não conseguiria alcançar sucesso sozinha. “Primeiro vem a nossa equipe, depois um grupo forte político que nos sustenta, e, claro, as pessoas, os eleitores, toda a cidade.”

Participação feminina

De acordo com Rita, sua gestão tem um foco especial na inclusão feminina, ressaltando o protagonismo da mulher em sua equipe de governo. “A maioria dos nossos cargos de confiança é do sexo feminino. São mulheres que eu acreditei nelas”, afirmou.

“Nós já temos a Secretaria da Mulher, implementamos e fortalecemos o Creas, para que a mulher tenha a oportunidade de falar o que acontece com ela e ser protegida por lei”, acrescentou.

Rita de Cássia também compartilhou suas próprias vivências de discriminação como combustível para seu trabalho em prol das mulheres. “Eu já passei por muita discriminação, sofri muito com isso, e eu não quero que as mulheres que venham depois de mim passem pelo mesmo. Quero abrir o caminho, tirando as pedras, para que elas possam prosseguir”, disse.

Ao ser questionada sobre as prioridades de sua gestão para os próximos quatro anos, a prefeita foi enfática: “Educação, saúde, infraestrutura, esporte. São os pilares do nosso trabalho.”

Entre os projetos em andamento, Rita destacou o programa “Zero Poeira, Zero Asfalto”, que visa pavimentar todas as ruas e bairros da cidade que ainda não possuem asfalto. “Creio que, dentro de dois anos, não vai ter mais nenhuma residência sem asfalto na porta”, garantiu.

Na área da educação, a prefeita afirmou que Itaberaí está cumprindo as metas do Ministério da Educação (MEC) com a implementação de escolas e creches em tempo integral. “Estamos fortalecendo a criança, principalmente nos primeiros anos de vida, garantindo um futuro promissor”, destacou. Em relação à saúde, Rita de Cássia anunciou: “Queremos descentralizar o serviço de saúde e dar um atendimento de qualidade para todos”, explicou.

A prefeita também revelou planos para construir mais 10 praças com parques e jardins, oferecendo novos espaços de entretenimento para a população. Entre os projetos de lazer e esporte, está o Largo Primavera e um novo estádio municipal, que, segundo ela, “será um estádio que realmente vai ser do povo de Itaberaí.”

Porangatu

Prefeita Vanuza Valadares | Foto: redes sociais

Vanuza Valadares, do União Brasil, foi reeleita prefeita de Porangatu nas eleições do último domingo, 13. Ao final da apuração, ela recebeu 11.739 votos, correspondendo a 50,83% dos votos válidos. Em seguida Glaucia Melo (PSDB), teve 9.985 votos (43,24%), Gustavo Dourado (PL) obteve 993 votos (4,30%), enquanto José Uilton N. de Oliveira (PT) teve 376 votos (1,63%).

Em entrevista à reportagem, ela destacou o papel da mulher na política e os obstáculos que enfrentou por ser a primeira prefeita eleita do município, após 75 anos de emancipação política.

“A dificuldade não é só de mulheres se interessarem em se candidatar, mas também de as pessoas acreditarem que uma mulher pode administrar uma cidade. É um desafio, mas quando a gente tem a oportunidade, como eu tive, isso desperta em outras mulheres a vontade de ocupar cargos de liderança”, afirmou Vanuza.

Ela reconhece que sua presença à frente da prefeitura tem sido uma força motivadora para outras mulheres buscarem oportunidades. “Acredito que, quando se tem uma mulher no Executivo, isso inspira outras a galgarem posições de liderança. Mostra que temos a mesma competência que os homens.”

Vanuza compartilhou que enfrentou preconceito logo no início de seu primeiro mandato. “Com três meses de gestão, a oposição organizou uma carreata pedindo meu afastamento. Eles diziam que eu não conseguiria administrar a cidade. Naquele momento, a cidade estava com muitos problemas de infraestrutura, como a pavimentação, e estávamos em plena pandemia. Acho que, se fosse um homem, teriam dado mais tempo”, refletiu.

Ela acredita que as mulheres são cobradas mais rapidamente do que os homens. “Quando é um homem, as pessoas têm mais paciência. Mas com uma mulher, se ela não dá uma resposta em pouco tempo, já acham que o restante do mandato será um fracasso. Felizmente, hoje mostramos resultados, e a aprovação da gestão é a prova disso”, concluiu.

A prefeita reeleita falou ainda sobre seus planos para os próximos quatro anos de mandato. Entre as prioridades de sua gestão, estão a conclusão de obras iniciadas em seu primeiro mandato e o fortalecimento de políticas públicas nas áreas da educação e saúde.

Além disso, Valadares abordou o papel da mulher na administração pública. “A maioria dos meus secretários são mulheres. A gente pretende continuar, as mudanças serão poucas, serão pontuais”, afirmou a prefeita.

Entre os projetos em andamento, Valadares destacou a construção de uma escola em tempo integral e do Instituto Federal Goiano, além do término do RodoShop, uma obra importante para a economia local.

Na área da saúde, a prefeita reconhece a complexidade e os desafios, principalmente na oferta de um atendimento humanizado. “A saúde é complexa e muito variável, exige muito esforço humano, não só de investimento financeiro, A gente aplica até mais, mas precisa investir mais no capital humano, do atendimento direto com os pacientes. É de um calor humano maior que nós estamos precisando”, destacou.

Mulheres no mercado de trabalho

Ela também comentou sobre o avanço das mulheres no mercado de trabalho, destacando o crescente espaço que ocupam devido à busca por qualificação e experiências. “As mulheres a gente percebe que hoje estão ocupando mais espaço, justamente porque a mulher buscou mais capacitação, está adquirindo mais experiências”, afirmou Valadares.

Vanuza ainda destacou o papel das mulheres no setor público da cidade, ressaltando como a busca por qualificação tem sido essencial para o ingresso feminino em áreas administrativas.

“Na parte administrativa são mulheres, os concursados, só para ter uma ideia. A mulher estuda mais, como ela não vai muito para aquela área do mais pesado. O homem tem a construção civil, por exemplo, outras atividades que já facilitam eles entrarem nesse mercado. Agora a mulher procura se qualificar, estudar mais e procurar uns espaços, principalmente na área administrativa”, explicou.

Além de destacar essa questão, a prefeita relembrou um dos principais objetivos de seu primeiro mandato: resgatar o orgulho dos moradores de Porangatu. “Eu quero só destacar a importância que a nossa gestão deu para a nossa cidade no intuito de resgatar a autoestima do porangatuense, e que isso a gente conseguiu. Temos outra vida para a cidade. Revitalizamos as nossas praças, as nossas ruas. Hoje o porangatuense tem o orgulho de dizer que mora em Porangatu”, afirmou.

Valadares também falou sobre os próximos passos de sua gestão e os planos de continuar avançando em áreas que ainda precisam de melhorias. “Agora é continuar zelando e mantendo o que a gente fez, avançando naquelas áreas que ainda ficou a desejar para a gente procurar melhorar cada dia mais”, concluiu.

Iporá

Prefeita interina de Iporá Maysa Cunha | Foto: Reprodução

Maysa Cunha (Avante) foi eleita prefeita de Iporá no domingo, 6, com 10.428 votos, o que representa 51,60% dos votos válidos, conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dr. Mac (MDB) obteve 4.053 votos, correspondendo a 20,06%, seguido por Danilo Gleic (PL), com 3.825 votos (18,93%), Rodrigo Marques (PSD), com 1.255 votos (6,21%), Miriã Pires (Novo), com 550 votos (2,72%), e Manoel Barbosa (PSOL), que recebeu 97 votos, ou 0,48% dos votos válidos.

Ao Jornal Opção, Maysa falou sobre os desafios e as oportunidades que surgem ao ocupar um cargo de liderança como mulher, destacando suas prioridades para os próximos quatro anos. Para Maysa, a presença de mulheres em cargos de liderança é essencial para construir uma sociedade mais equilibrada.

“Acredito que a presença das mulheres em cargos de liderança é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. Como prefeita eleita, sinto uma responsabilidade muito grande em representar mulheres e homens da nossa cidade”, afirmou. “Sempre digo que a mulher tem um papel único, e minha missão será não apenas ocupar esse espaço, mas também abrir caminhos para que mais mulheres possam fazer parte da política. Esse é um compromisso que carrego com muito orgulho.”

Ela destacou que, historicamente, a política tem sido um ambiente desafiador para as mulheres, mas enxerga sua experiência como um fator decisivo para implementar políticas com um olhar mais sensível e humano. Maysa Cunha se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita na história de Iporá, um marco que considera inspirador para futuras gerações de mulheres que queiram ingressar na política.

“Sou a primeira mulher a ser eleita prefeita da nossa cidade, um marco importante que, espero, inspire outras mulheres a se envolverem na política”, ressaltou. Apesar de algumas vereadoras já terem passado pela Câmara Municipal, Maysa destacou que a presença feminina nos cargos executivos ainda é um desafio na cidade. “Acredito que minha eleição representa uma oportunidade de mostrar uma nova abordagem de gestão, que valoriza a sensibilidade e a experiência feminina”, completou.

Entre os principais desafios de sua gestão, Maysa cita a saúde pública, a crise hídrica e a situação financeira da prefeitura. “Em primeiro lugar, tomarei medidas imediatas para reabastecer a rede pública de saúde com insumos e suprimentos essenciais, pois a saúde da nossa população é uma prioridade inadiável”, destacou.

Além disso, a prefeita falou sobre a crise hídrica, que já está impactando a vida dos cidadãos, e o endividamento da prefeitura, revelado por uma auditoria realizada nos primeiros meses de governo interino. Para equilibrar as demandas urgentes com projetos de longo prazo, Maysa afirmou que o planejamento estratégico será essencial.

“Será fundamental elaborar um planejamento estratégico que não só aborde as necessidades imediatas, mas também promova soluções sustentáveis para os problemas estruturais da cidade”, explicou.

Preconceitos e desafios como mulher na política

Maysa Cunha não hesitou em reconhecer os desafios que enfrenta como mulher em uma posição de poder, revelando que sofreu ataques pessoais durante a campanha eleitoral. “Enfrentei muitas violências políticas: ataques psicológicos, ameaças, fake news e uma série de ataques à minha moral. Essa foi, sem dúvida, uma das campanhas mais sujas da nossa história”, declarou.

No entanto, ela acredita que essas adversidades a impulsionam a continuar lutando por uma política mais justa e inclusiva. “Essas experiências, embora difíceis, não me desmotivam; pelo contrário, me impulsionam a trabalhar ainda mais para superar esses desafios. Meu plano é continuar a ser um exemplo de liderança firme e transparente”, enfatizou.

A inclusão e a igualdade de gênero também são prioridades da gestão de Maysa Cunha, segundo ela. A prefeita planeja implementar diversas iniciativas para promover essas causas, tanto nas políticas públicas quanto na estrutura interna da prefeitura.

Entre as ações previstas, estão campanhas socioeducativas sobre igualdade de gênero, empoderamento de mulheres em nomeações de primeiro escalão, adaptação de prédios públicos para acessibilidade e a criação de centros de apoio para mulheres vítimas de violência e pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Acreditamos que todos têm o direito de ser tratados com dignidade e respeito, independentemente de seu gênero. Para isso, vamos implementar iniciativas que fortaleçam as políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade de gênero em Iporá, tais como: campanhas socioeducativas sobre a igualdade de gênero/inclusão social; inclusão de gêneros distintos no quadro de servidores públicos; instalação do centro da pessoa com Espectro Autista; criar a casa de apoio a mulheres vítimas de violência domesticas e outras; instalação do centro POP de atendimento a pessoas em situação de drogadição e de rua; criação do Centro DIA à pessoa idosa e pessoa com deficiência; apoio a pessoas LGBT por meio do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos e rede de saúde; fortalecimento da cultura dos Quilombolas; parceria entre o poder executivo, judiciário e comercio local, para a inclusão social dos reeducandos.”

“Nosso compromisso é promover uma gestão que valorize cada indivíduo, trabalhando para que nossa cidade seja um lugar onde todos possam prosperar e contribuir para o bem comum”, concluiu a prefeita eleita.

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