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Argentinos vão às ruas protestar contra Milei em meio a aumento da miséria

Em meio a um cenário de empobrecimento crescente, com 52,9% da população argentina vivendo na pobreza, os protestos contra o governo do presidente Javier Milei têm se intensificado. As ruas de Buenos Aires e diversas províncias, como Jujuy, são palco de manifestações populares, impulsionadas pela deterioração das condições de vida e pela adoção de medidas de austeridade que têm agravado a crise social no país.

A universidade de La Matanza está fechada devido à greve docente | Foto: Redes sociais

O aumento das tarifas de serviços públicos, a alta nos preços dos combustíveis e a queda do poder de compra da população são alguns dos fatores que impulsionam a insatisfação. Além disso, o veto de Milei a ajustes nos benefícios dos aposentados e aos recursos para universidades públicas tem gerado críticas de diversos setores. Entre os mais atingidos, estão crianças e adolescentes: 66% da população com até 14 anos vivem na pobreza, um índice alarmante que evidencia a gravidade da crise humanitária no país.

Jujuy, província no norte da Argentina, faz fronteira com Bolívia e Chile, e tem sido um dos focos centrais das manifestações. Trabalhadores, comunidades indígenas e setores populares têm protestado contra as políticas repressivas do governador Gerardo Morales, aliado de Milei. Recentemente, a repressão contra os manifestantes em Jujuy, que protestavam contra a reforma constitucional local, foi transmitida ao vivo pela televisão, mostrando cenas de violência policial que repercutiram internacionalmente. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou a brutalidade das forças de segurança, que usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a população, ferindo manifestantes e jornalistas.

Marcha desde o Cesac 10 até o Hospital Bonaparte, com a participação de trabalhadores do Hospital Garrahan contra ajustes de Javier Milei | Foto: Reprodução

Esses protestos, que têm se espalhado por diferentes regiões do país, são uma resposta não apenas ao governo local de Morales, mas também às políticas econômicas adotadas por Milei. Desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2023, o governo Milei vem implementando medidas de corte de gastos, buscando alcançar o déficit zero nas contas públicas. Embora Milei afirme que essa estratégia é essencial para controlar a inflação e colocar a economia de volta nos trilhos, o impacto imediato tem sido o agravamento das condições de vida dos argentinos.

A taxa de indigência, que atinge quase 20% da população, e o aumento das famílias em situação de rua, especialmente em Buenos Aires, são alguns dos efeitos visíveis dessa política de arrocho fiscal. O governo, no entanto, insiste que a crise atual é resultado da “herança kirchnerista”, culpando os governos anteriores de Alberto Fernández e Cristina Kirchner pela situação econômica do país.

Apesar de Milei ter conseguido reduzir a inflação mensal para cerca de 4%, o custo de vida ainda é elevado, tanto em pesos quanto em dólares, o que afeta diretamente a população e também é percebido pelos turistas. As tentativas de equilibrar as contas públicas, no entanto, não têm sido suficientes para restaurar a confiança no governo, que enfrenta uma crescente oposição popular. Pesquisas de opinião recentes apontam uma queda no apoio a Milei, reflexo da insatisfação generalizada com a situação econômica e social.

Enquanto a pobreza continua a se expandir e as tensões políticas aumentam, a Argentina vive um momento de incerteza, com um governo que tenta manter sua agenda econômica, mas enfrenta a crescente mobilização popular. Os protestos de Jujuy são apenas um dos capítulos de um cenário mais amplo de insatisfação que se alastra por todo o país. A repressão, embora tenha gerado repercussão internacional, não tem sido suficiente para conter a onda de descontentamento que toma as ruas.

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